Brincadeiras do Vento Ventania
Quando a neve caía
O vento, muito se divertia
Porquanto os flocos de neve soprava
E a chuva gelava
E se assim decidia
Também as nuvens enredava
Sempre a soprar, puxava ou empurrava
P'ra onde lhe apetecia
De tanto gostar de brincar
Rodeava as árvores para as abanar
E apesar de as empurrar
Acabava sempre por as abraçar
As folhas acabava por levar
Com ele. sempre a dançar
Alegres e a rodopiar
Não paravam de esvoaçar
Com ele, tudo entontecia!
Bastava uma aragem
Que dos ramos à folhagem
Tudo com ele corria
E muito ele se ria
Sempre que das suas fazia
Pois tanto soprava
Que ora um chapéu voava
Ora os cabelos despenteava
P'las ruas também gostava de andar
Para a cada esquina soprar
Até tudo com ele arrastar
Num frenesim sem parar
Quando via uma janela aberta
Ou uma porta entreaberta
Entrava sorrateiro para espreitar
E lá fazia uma corrente de ar
E quando perto do mar
Isso sim, é que era reinar
Divertido por o mar picar
E as ondas contrariar
Mas o vento muito se ria
Da sua ventania
Pois com ele... com ele, ninguém podia!