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Green Ideas

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A Ti, que sempre farás parte da minha Vida e do meu Sorriso

Os Desafios da Abelha | 52 semanas de 2022 | tema 3: uma memória

20.01.22 | Ana D.

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Hoje participo em mais um d' Os Desafios da Abelha |52 semanas de 2022 | tema 3: uma memória em resposta à Ana de Deus do blog "busy as a bee on a rainy day

As memórias são uma espécie de álbum fotográfico onde juntamos tantas recordações boas, tantas  recordações más e até aquelas, que no imediato nos pareciam boas, mas que com o tempo se mostraram más, bem como as que nos pareciam más e que com paciência e sabedoria, o tempo se encarregou de nos mostrar que eram boas.

Pois bem, o meu álbum fotográfico já acolhe uma boa quantidade de memórias, mas na verdade tenho alma e coração tolhidos por uma só memória - o meu pai. Na verdade, é uma memória com muitas memórias dentro. Memórias que perfazem uma vida, que me enchem o peito de orgulho e satisfação por ter tido a graça de viver na sua presença.

Sim, porque o meu pai foi como hoje dizemos "um pai sempre presente". Foi um pai à frente do seu tempo, no acompanhamento do meu crescimento, Por isso são tantas as memórias...

Memórias, de quando ainda muito pequena, me puxava dentro de um barquinho de borracha em Vila Praia de Âncora, durante as férias. De quando me levava para passear no jardim para andar nos baloiços. Foi com ele que aprendi a nadar e a andar de bicicleta e quando foi tempo de tirar as rodinhas de apoio, corria atrás da bicicleta segurando-me o selim para depois lá me deixar ir. Brincava comigo às escondidas. Jogávamos às raquetes. Foi com ele que aprendi o prazer da horta na quinta dos meus avós, Apanhava-me grilos para eu ter numa casinha de plástico e ouvi-los cantar. E quando eu lhe pedia, fazia-me uma cruzinha com duas caninhas para eu assinalar no jardim, o sítio onde enterrava um qualquer patinho bebé que, por vezes no inverno, morria de frio. Coisas de miúdos! Memórias de tantas férias, dentro e fora do país à procura da história e das memórias das terras.

Mais tarde veio o apoio escolar, da história à matemática. Foi com ele que aprendi a trabalhar as frações, mas também recebi a motivação e o incentivo para ir mais além. Depois vieram as tardes de leitura. As conversas. Conversas sobre tudo, desde futebol (os dois sportinguistas) à política. Foi com ele que aprendi a dançar. Foi com ele, que fui escolhendo os meus caminhos em termos de formação até que, profissionalmente, nos tornámos colegas. Um orgulho mútuo, esse! Passámos a ter também essa "linguagem" comum.

Também esteve sempre presente no meu crescimento como mulher e como mãe. Com o final da sua vida profissional, o neto foi o seu grande propósito. A sua grande alegria. Foi avô e pai ao mesmo tempo. Sempre com jovialidade e disponibilidade absoluta, educando, transmitindo valores e motivação. Contava com ele para me continuar a ajudar nessa tarefa. Tínhamos tudo alinhado...

Acompanhou e apoiou todas as grandes decisões da minha vida e vivemos tão intensamente quanto possível todos os momentos das nossas vidas. Fomos sempre pai e filha, mas também fomos sempre grandes companheiros e cúmplices. Companheiros de vida a quem bastava um olhar mútuo para perceber o que ia na alma de cada um!

O meu pai estava sempre bem disposto, sempre disponível para tudo, mas com o cuidado de respeitar o meu espaço. Nunca o vi enfadado a fazer alguma coisa. Estava sempre pronto para ajudar, para ouvir. Transmitia calma e tinha sempre argumentos para mostrar que devemos conviver e aceitar da melhor forma possível aquilo que a vida nos dá. Principalmente, quando a vida nos dá desafios difíceis. 

O meu pai era a minha força, o meu apoio, o meu melhor amigo...

O meu pai é o meu orgulho! 

Sei que só ficaram por concretizar, as memórias que a vida já não nos deu tempo para concretizar. E eram tantas...

Obrigada pelo desafio, querida Ana! 

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