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Green Ideas

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Solidão

26.10.20 | Ana D.

out_solidao.jpg

Solidão
É estar só no meio da multidão
e na falta de um gesto de ternura
sentir tamanha amargura.
É não ter a quem dar a mão
no passeio de cada tarde de verão. 
É deixar o silêncio calar
a vontade de falar
e sentir o frio
mesmo em tempo de estio.
É sentir o vazio
porque tudo fugiu
ou simplesmente nunca existiu.
É calar no coração
tamanha dor e sofrimento
e calar a emoção
em cada momento.

Navegar

22.10.20 | Ana D.

out_navegar.jpg

Em teus olhos cor de mar
inspiro meu navegar
para este imenso mar,
poder atravessar!

Rasgo o vento à bolina
e corto as ondas do mar
para nesse teu olhar
me poder, da tormenta, abrigar.

E neste navio de pano latino
e vela triangular,
ora à bolina cerrada,
ora à bolina folgada,
continuo meu marear.

E nesta viagem por mar,
é esse teu olhar,
que me aquece 
em cada noite fria,
que me alumia
quando escurece o dia
e me serve de estrela guia
quando de ti, a vida, me desvia.

É esse teu olhar
que busco sem cessar,
por me fazer acreditar
quão importante é amar!

Quero, com arte, velejar
e o vento aparente sentir
para teu rumo seguir
e em teus olhos cor de mar
um dia, poder aproar!

 

Dançar ao Vento

19.10.20 | Ana D.

out_dancar ao vento.jpg

Numa noite de lua cheia
e com os pés na areia,
entre o céu e o mar,
quero contigo dançar!

Quero dançar ao som do mar
e por ti Vento, me deixar levar.
Deixar-me abraçar e rodopiar
ao ritmo das ondas do mar...

E ao som dessa melodia
enquanto esperamos novo dia,
deixo-me enlevar
pela brisa do mar,
dançando sem parar!

Com o teu leve suspirar
sinto os cabelos a esvoaçar,
o meu vestido a flutuar
e minh' alma a deixar-se levar,
sem que mais nada possa importar!

Dançamos descalços
e marcamos nosso passos
nesta fina areia
até que chegue a maré cheia...

 

Olhar para trás

16.10.20 | Ana D.

out_olhar para tras.jpg

Olho para trás
Mas tu... tu já não estás!
Na verdade, há muito que é assim
Na verdade, andei a fugir do fim...
Durante tanto tempo, fugi.
Durante tanto tempo fingi.
Durante tanto tempo menti.
Durante tanto tempo, não vi.
Na verdade, não queria ver
este nosso acontecer.
Não podia acreditar, 
que terias deixado de me amar.
Mas aconteceu,
e desse nosso amor... só restou o meu!

E se tudo falhar...

14.10.20 | Ana D.

_Proibido estacionar na vida.jpg

E se tudo falhar...
A morte não me há-de levar,
a vida não poderei deixar
e assim terei de continuar
a meu caminho trilhar.

E nesse meu caminhar
não poderei pela vida deambular.
Terei de acreditar!
Terei de recomeçar!
Com o que da vida me restar...
Com o que de meu coração sobrar...

Em cada novo dia,
terei de escolher
entre viver com ousadia
e o medo de viver.

Terei de na vida persistir.
Terei de resistir.
Os erros corrigir.
Sem nunca desistir,
sem nunca fraquejar
na decisão entre ficar ou avançar!

E assim me hei-de reerguer
sem nada temer.
Com a certeza, que não poderei viver sem sofrer,
com a certeza, que meu caminho terei de percorrer,
porque parar é morrer!

Retalhos da Vida em tempos de Pandemia

12.10.20 | Ana D.

_esperanza.jpg

O Universo conspirou
e tamanho desafio enviou
que a Vida mudou
e a paz lhe roubou.

Foi de repente,
que tudo ficou diferente.
E a cada novo dia,
desta pandemia,
vemos a Vida a mudar, 
a sua saúde a debelar
e a sua economia a afundar.

A Vida não pode cumprimentar,
os sonhos não pode abraçar,
os amigos não não pode beijar
e nada pode festejar.

E assim amordaçada,
prossegue preocupada, 
calando a saudade
da sua liberdade
e dos gestos de amizade.

Mas na sua sabedoria,
percebeu que precisava de companhia.
Convidou o respeito e a cidadania
para com ela, fazer esta travessia.

No coração guarda a dor
e na boca, o amargo sabor
daqueles com quem tanto viveu
e que nestes tempos perdeu.

Nos olhos leva a incerteza
de quem olha o horizonte
ainda sem vislumbrar
uma qualquer certeza.

Segue de mãos nos bolsos
onde guarda a resiliência
e também a esperança,
para aguardar com paciência
p'los dias de bonança.

Rio... da nascente até à foz

06.10.20 | Ana D.

© Pinterest

Navego neste rio
que corre para o mar.
Mas neste meu navegar,
não sei se hei-de remar
ou se apenas deixar
a corrente me levar...

Ao longo desta viagem
de vida e de coragem
muitas vezes remo sem parar,
tantas, tenho de abrandar
para, por ti, me deixar levar.

Sigo tua alma 
em dias de calma.
Arrastas-me para a frente
em dias de corrente.
Puxas-me para trás
nas horas más.

E assim prossigo viagem
da nascente até à foz
olhando tua margem,
escutando a tua voz!

 

Outubro

01.10.20 | Ana D.

out_outubro.jpg

Que bom que é, ver-te chegar
E poder acompanhar
Tudo o que teus dias, nos hão-de lembrar

No teu primeiro dia
Trazes-nos música para escutar e dançar
E lembras a água, que tanto devemos respeitar

Ao quinto dia
A independência de Portugal e a República havemos de comemorar
Mas também os professores, vamos homenagear

E ao sexto dia
É dia da infância
Essa fase da vida tão sadia,
E que tem tanta importância

E porque não vivemos de barriga vazia
E para garantir o nosso bem-estar
No teu décimo sexto dia
A alimentação vamos celebrar

Ao vigésimo oitavo dia
Desta tua estadia,
De comboio vamos andar,
Para a sua primeira viagem
No nosso Portugal, podermos recordar

E quando 31 chegar
Teus dias vão terminar
Mas contigo as bruxas, hão-de voar!